LITERATURA

                                                                                                  COMO ME TORNEI POETA OU ESCRITOR?

Nem mesmo eu sei...

Lembro-me bem que era abril de 1981, eu e a minha amiga Sheila curtíamos um pôr do sol maravilhoso, na cidade de Cabo Frio - RJ.

Lembro-me que eu peguei o caderno dela e comecei a escrever frases, palavras que me vinham à mente naquele momento em que eu sentia muitas saudades da minha terra e da minha família...

Terminei de escrever e ela pegou para ler, e tal qual foi o meu espanto quando ela me falou...

--- Gonzaga Filho, você acabou de escrever uma poesia e eu vou guardar...

Pela primeira vez na vida, alguém tinha me chamado de Gonzaga Filho e esse nome eu adotei durante toda a minha vida depois desse episódio.

Foi nesse momento que surgiu o meu primeiro poema (FUGA), o título do meu primeiro livro (O SOL QUE CAIU) e o nome que adotei para identificar todos os meus trabalhos no campo artístico e literário (GONZAGA FILHO).

Logo depois, o meu encontro com a poesia se deu através de um amigo que me emprestou um livro de Pablo Neruda (Canto Geral), e com o tempo conheci o poeta Ferreira Gullar e a partir daí me apaixonei pela poesia e não parei mais de escrever os meus sentimentos e continuei a ler esse gênero literário tão maravilhoso, que é a poesia.

Mas, não me considero um poeta, apenas tenho a felicidade de libertar as palavras que ficam presas nas pautas das páginas do meu caderno...

E aqui eu quero apresentar o meu trabalho literário...

Tenho certeza que nem todos irão gostar, mas se uma só pessoa gostar do que eu escrevo, já terei cumprido a minha missão.

FUGA

Fuga...

Uns fogem da prisão,

Outros fogem da vida.

Mas se a minha vida é uma prisão,

Eu sou um eterno fugitivo.

Vivo preso, encarcerado

Em labirintos de pensamentos.

Vivo preso, torturado

Por não encontrar resposta

Para a vida que levo.

Em meu desejo de liberdade, eu escrevo

Escrevo poemas, eu escrevo poemas

De amor, de ódio, de revolta.

Sinto vontade de chorar,

Sumir no horizonte,

Fugir da vida e não mais retornar

Ao outro lado do muro dessa prisão.

Fugir da vida

Pelos caminhos que eu traço com o lápis

Ou afogar-me em cada lágrima

Que rola em meu rosto

Neste momento de fuga.

Autor: Gonzaga Filho

Livro: O Sol Que Caiu

Ano: 1999

Editora: PerSe